Resumos e impressões: primeiro dia

Eae galera, tudo bom? Hoje podemos declarar oficialmente que o Móbile na Metrópole começou. Fomos até o MIS, Museu da Imagem e do Som de São Paulo, para ver um documentário francês da exposição Eco-Falante (também ocorrerá no centro universitário Senac mais ao fim do mês, para quem estiver interessado).

A locomoção ocorreu, para alguns grupos, por meio de transporte público e, para outros grupos, a pé (haja disposição, são 4 km). O objetivo de fazer isso, em vez de usar o típico onibûs fretado Móbile, foi, em minha visão, começar a mostrar á alguns dos estudantes que não é porque eles são privilegiados que eles não são pessoas como o resto do mundo que não consegue pagar um Uber para qualquer lugar. Creio que é um pouco isso que o nosso professor de filosofia adora martelar na nossa cabeça com as palavras “tirar vocês de suas bolhas, de suas zonas de conforto”. Moral da história: ninguém é intocável nesse mundo querido, você não é especial, para de agir como se fosse. (o querido é só uma marcação verbal, não estou me dirigindo especificamente a ninguém)

Enfim, esse é um aspecto que acompanhará o projeto inteiro, então deixemo-o para depois e vamos focar em questões mais pontuais. Isto é, o documentário em si.  Ele se chama “As (re)evoluções invisíveis” e basicamente traz o ponto de vista de que o capitalismo desenfreado está levando a humanidade ao poço dos infernos e o modo de desacelerar isso, não impedir, só desacelerar mesmo, é tratar as relações humanas muito mais concentradas em comunidades em vez de em escala global.

O que mais me marcou deste dia não foi o documentário em si, não foi a ida nem a volta, mas foi a percepção de que a escola apresenta, com frequência, situações utópicas para alunos que, vamos ser sinceros, não sabem todos pensar por si mesmos e são facilmente influenciados, de modo que esses adolescentes veem uma situação na França, um país desenvolvido e rico, e acreditam que isso cabe ao Brasil, um país corrupto de terceiro mundo. O resultado disso é a criação de uma ideologia linda em tese e inútil no contexto em que nos encontramos. Platonicamente é maravilhoso, mas em prática é uma perda de tempo.

O suposto objetivo desse projeto é conhecer nossa própria cidade, então porque não começamos isso vendo algo que se adeque a situação de miséria e pobreza em que nosso país se encontra? E por que a gente não viu algo que fizesse mais do que criticar o capitalismo, talvez algo que oferecesse soluções para problemas de uma cidade que inspira e expira o capitalismo, como São Paulo, em vez de soluções que só funcionam em cidades pequenas de países desenvolvidos?

-Flávia Vaz

Bom para começar, hoje nos reunimos nos grupos do Móbile na Metrópole e discutimos a respeito de qual  o melhor caminho deveríamos seguir. Uma discussão que já me fez entrar, e eu acho que não somente eu, ao universo distinto, a realidade distinta que vamos viver nesses próximos dias.

Partimos da Escola Móbile e pegamos um ônibus até a  Avenida Faria Lima e depois viemos caminhando até o Museu da Imagem e do Som. Chegando, fomos assistir a um documentário chamado “A (R) evolução invisível”.  Quando acabou tivemos uma discussão bastante interessante, que de verdade, abriu meus olhos para muitas coisas e me fez pensar a respeito de diversos aspectos.

Uma das discussões que eu mais me interessei foi a criação de uma moeda local, que era um aspecto pelo qual nunca me dei o trabalho de pensar o que estaria por trás disso.

Ficamos entorno 40 minutos discutindo e retornamos à móbile com um gostinho do que vai acontecer nesse trabalho de campo, um gostinho de quero mais…

– Isabella Lourenço

Como já foi dito, hoje a gente começou o dia nos dividindo nos grupos do MNM. Com isso, muitos tiveram pela primeira vez noção de quem são as pessoas com as quais trabalharão ao longo dos três dias do Estudo do Meio. Além disso, descobrimos qual professor nos acompanhará na viagem. No meu caso, por estar no grupo 6, terei a companhia do Wilton.

Após uma primeira etapa de nos conhecermos melhor em grupo, decidimos ir ao MIS (museu da imagem e do som) a pé. A maior parte do caminho eu já conhecia, então, apenas algumas coisas me chamaram a atenção, como uma feira e a frase “ver a cidade” espalhada por alguns muros pelos quais passamos.

Chegando ao MIS, assistimos a um documentário que, entre outras coisas, mostra o cenário do capitalismo, no qual tudo ocorre de maneira tão rápida e intensa que microssegundos fazem diferença. Além disso, apresenta algumas comunidades com soluções para os problemas apresentados. Dentre elas, a ideia de moeda local foi a que mais me intrigou, pois não sabia da existência desse tipo de moeda e nem seu objetivo (incentivar a produção local, por exemplo).

Após uma discussão sobre o documentário, meu grupo decidiu voltar a pé para a Móbile, muitos (e eu inclusive) votaram pela caminhada para comer um pastel na feira. Foi durante a volta que ocorreu o momento mais marcante (mas não o melhor) do meu dia: ao chegarmos à feira, havia muita fila para o pastel e, portanto, não conseguimos parar para comer, o que foi  uma decepção. Porém, ao olhar para o todo, acredito que hoje valeu a pena.

-Rodrigo Nishikawa

ma prévia, visitando o Museu de Imagem e Som para assistir ao documentário “(R)evoluções invisíveis”. Divididos já nos roteiros dos três dias seguintes, meu grupo particularmente pareceu já começar com o pé errado, pois ficamos um bom tempo esperando algumas pessoas que esqueceram documentos e acabamos saindo da escola mais tarde que o esperado. Assim que resolvidos os impasses, nos reunimos e tivemos um gostinho de como serão feitas as decisões durante o Estudo do Meio, com todos do grupo participando e fazendo sugestões, ao invés de apenas seguirmos o proposto pelo adulto, como geralmente acontece. Decidimos ir a pé até o MIS e então fomos.

A caminhada foi no entorno de 40 minutos, mas pareceu bem menos, talvez pelas corridinhas para atravessar enquanto o sinal ainda estava fechado. Eu não tive problema com a escolha de como iríamos, até mesmo esperava que fossemos a pé, imaginando que passaríamos por ruas, lojas, restaurantes e casas que eu nunca tinha notado, comentando cada aspecto interessante sobre esses, e foi justamente isso que aconteceu. Chegamos ao MIS atrasados e logo entramos para a sessão.

O próprio documentário foi o mais marcante para mim nesse dia. Sendo um gênero que gosto bastante, e ressaltando o quanto gosto de brincar de crítica de cinema, achei o filme francês muito bem produzido, dando a impressão de que uma pesquisa profunda foi feita e que poderia chegar em casa e descobrir ainda mais sobre. Assistindo, acabei relacionado mais com questão do consumo e consegui lembrar de dois filmes que admiro muito e criticam essa sociedade imediatista, que o documentário mostra propostas para desacelerar. Clube da Luta (1999) e Capitão Fantástico (2016) são filmes que apresentam dois lados diferentes de consequências do capitalismo na sociedade, e que recomendo muito.

Depois da sessão, ficamos uns 40 minutos discutindo sobre questões de globalização e capitalismo, mas o ponto que mais instigou minha curiosidade foi o uso de uma moeda local, que, se eu entendi a proposta, diminuiria a burocracia e a dependência tão forte das relações econômicas globais (e aqui entra outra indicação de filme que surgiu na minha mente, que é Brazil, de Terry Gilliam, em que todos são governados por um Estado totalitário, que controla a sociedade por seus cartões de crédito). Logo, voltamos para a escola de ônibus e encerramos o dia. Ficou aí a espera para os próximos dias…

 

As coisas que você possui, acabam possuindo você” 

-Ticy

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