Resumo e impressões: quarto dia 

Olá gente, vamos então para o último dia do Estudo do Meio. Acordei cedo para conseguir ainda arrumar a mala que deixei bagunçada na noite anterior por culpa do cansaço e vi que uma chuva pesada caía na cidade e não pude deixar de já me frustrar com isso (para ser justa, meu tênis ainda estava encharcado da leve chuva do dia anterior). De qualquer forma, seguimos em nosso grupo para a Vila Maria Zélia e conversamos com o grupo XIX de Teatro. O planejado era assistirmos a peça deles, chamada Higiene, mas, por ser ao ar livre, a chuva destruiu esses planos. Pelo mesmo motivo, tivemos que cancelar a atividade de depois do almoço, que também era ao ar livre. Encaramos, então, o problema de decidirmos em grupo onde deveríamos ir, pensando sempre na localidade e proximidade de um restaurante, além de uma justificativa para a escolha do lugar.

Nosso grupo tomou a decisão de visitarmos o Memorial da Resistência de São Paulo, que recria a história da época da ditadura no Brasil. Definitivamente o momento que mais me marcou no dia, pois nunca tinha ido nem ao menos sabia da sua existência, o que se encontra lá é mesmo espantoso. As celas frias, as escritas pesadas, os áudios estarrecedores. Tudo contribui para uma emoção indescritível da experiência e do que se sente lá dentro.

De lá, fomos para o MAC e, depois de uma última concentração como grupo e confissões de como somos fofos, gracinhas e que acenos são esperados na escola na segunda, ou haverá revolta, e fotos na cobertura do prédio, com a melhor vista de São Paulo de toda a viagem e boas risadas do grupo, encontramos o resto dos nossos colegas. Fizemos os últimos momentos juntos do passeio, ouvindo o que os professores tinham a dizer desses dias também e seguimos andando de volta até a escola (ou de volta à bolha, se quiser).

Não acho que posso colocar em um conclusão o que foi essa “viagem”, para mim muito mais que o esperado. Foi conhecer São Paulo, uma cidade que eu já dizia amar sem realmente conhecer, foi se conectar com outras pessoas, do nosso dia a dia ou não; foi ver lugares e ouvir pessoas, foi enxergar o que a bolha torna turvo para os olhos. Se a proposta era fazer com que quiséssemos que o Estudo do Meio durasse todos os dias, o objetivo foi alcançado, pois a vontade é voltar a esses lugares assim que possível. A verdade é que só tenho a agradecer e me contentar com esse projeto.

-Ticy

Olá meu bom pessoal, este é o relato do meu último dia no Estudo do Meio. A primeira coisa que vocês devem saber é que nada do que foi planejado deu certo. A segunda coisa é que isso não importou.

Tentando seguir o que a escola havia planejado fomos para a Vila Maria Zélia, que é um local incrível ao qual a Móbile já tinha nos levado antes (passeio não obrigatório). Lá os atores organizam peças interativas que tratam de problemas sociais antigos mas também atuais. O preço dos ingressos é sempre acessível a uma população de baixa renda e esse dinheiro vai para a manutenção da própria vila que era, originalmente, uma vila operária. Infelizmente não pudemos assistir a peça planejada, pois essa se passava ao ar livre e estava chovendo intensamente. Ao invés de fazer essa atividade tivemos uma conversa com a equipe do Teatro XIX, grupo que organiza as peças em tal lugar.

Por conta desta chuva, a programação para o período da tarde também foi cancelada e a escola nos ofereceu a oportunidade de visitar qualquer local de São Paulo, contanto que estivessemos no Museu de Arte Moderna (MAC) as 16hrs e produzissemos um pequeno vídeo explicando o motivo de nossa ida. Dado que era mais ou menos meio dia nosso tempo para ir, almoçar e voltar era escasso, porém, de um modo ou de outro, todos os grupos fizeram alguma coisa funcionar.

Meu grupo optou por ir até a estação de metrô da Sé, com o objetivo de fazer alguma intervenção na cidade. Acabamos comendo em um boteco de esquina qualquer que, sinceramente, foi mil vezes melhor que o macrobiótico, além de ser barato o que é uma delícia maior ainda de se pagar.

Bom, voltando ao ponto. Nossa intervenção teve duas partes (ou quatro, se te agradar mais). A primeira foi cantar a música Timoneiro, do Paulinho da Viola no vagão do metrô. Escolhemos essa música não só por ela ter sido parte do teatro que realizamos no nono ano mas por ela falar muito de aproveitar a travessia (isto é, tudo segundo Guimarães Rosa) e de deixar a vida te levar em vez de se estressar tentando manter o controle de tudo. Não tivemos grandes reações nesse momento, mas vimos algumas pessoas sorrindo, o que já foi mais que suficiente para dar uma sensação de realização. O segundo momento foi quando recitamos um poema escrito pelo Matheus Sawaya na própria estação da Sé. As reações foram maiores (3 pessoas até pararam para nos assistir) o que nos incentivou a realizar uma continuação desses momentos ou, se você preferir, um terceiro e quarto momento. O que nós fizemos foi cantar na própria estação e recitar o poema no vagão. Foi aí que vimos as maiores reações, que foram desde uma mulher cantando conosco enquanto descia as escadas até aplausos. Segue aqui o vídeo que produzimos de acordo com a proposta e que mostra um pouco de nossas intervenções.

Bonde do Dekão
Contemplem o Bonde do Dekão

Cumprindo o combinado, estávamos no MAC as 16hrs (e éramos o primeiro grupo, de novo #bondedoDekão). Depois dos outros grupos chegarem nós nos reunimos em uma sala e fizemos um fechamento oficial, o qual devo dizer que chegou a significar algo para mim por ver o quanto esse projeto mexeu com as pessoas a ponto de algum(s) professore(s) se emocionarem (quanto amor, sério, sem palavras) e também por ver o quanto todos da equipe da coordenação, da UGGI e dos professores se dedicaram e por isso só tenho que agradecê-los por isso, com um destaque aos professores, sem vocês essa experiência com certeza não teria sido tão boa quanto foi.

E foi assim que o último Estudo do Meio acabou, não sem um último canto do funk épico do bonde do Dekão. Como uma pessoa bem cética sou obrigada a admitir que essa “viagem” foi muito mais significativa do que eu esperava e fico feliz por isso.

-Flávia Vaz

Oi gente! Por fim, o último dia do MNM. Acordei às 6.30 para tomar café e fazer o check-out. O dia estava chuvoso. Às 8.30 saímos do hotel para irmos à vila Maria Zélia para realizar uma atividade surpresa. Com o auxílio de nossos celulares, pegamos o metrô e um ônibus chegarmos ao local.

Ao entrarmos na vila, tivemos uma pequena conversa com integrantes do grupo 19 de teatro. Segundo foi descrito, o lugar era uma vila operária que acabou sendo profundamente abandonada, pois o modelo (operário) implementado não funcionou. Praticamente apenas a igreja se mantinha com sua função inicial. Nesse cenário, o grupo de teatro surgiu: ligado ao patrimônio histórico brasileiro, ele passou a ocupar a vila abandonada, realizando seus ensaios e apresentações nela. Consequentemente, ela ganhou mais visibilidade, o espaço público voltou a ser utilizado. Conforme foi revelado, iríamos assistir a uma peça do grupo, porém, como ela seria ao ar livre e como estava chovendo, não possível vê-la.

A chuva também atrapalhou uma segunda parte do roteiro: pelo o que eu entendi,  iríamos fazer uma intervenção urbana. Diante disso, foi decidido que cada grupo, cada roteiro, iria escolher um local para fazer um vídeo de um minuto que deveria sintetizar a experiência no MNM. Após muito discutirmos, meu grupo (o 6) decidiu ir até a Japan House, localizada na avenida Paulista.

Depois de pegarmos o metrô, chegamos numa das principais avenidas de São Paulo: a Paulista. Resolvemos, então, almoçar no shopping Top Center; eu fui comer no Viena. Após o almoço, seguimos em direção à Japan House, que foi criada pelo governo japonês e que é “um ponto de difusão de todos os elementos da genuína cultura japonesa para a comunidade internacional” (conforme é descrito no site do espaço). Porém, após vermos a surpreendente exposição com diversos objetos feitos de bambu e o banheiro com privadas japonesas, percebemos que o local não seria muito útil para o vídeo. Logo, resolvemos gravá-lo na própria Paulista, o que acabou sendo uma das partes mais divertidas do dia.

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(foto retirada de: http://www.japanhouse.jp/saopaulo)

Depois de pegarmos o metrô, chegamos numa das principais avenidas de São Paulo: a Paulista. Resolvemos, então, almoçar no shopping Top Center; eu fui comer no Viena. Após o almoço, seguimos em direção à Japan House, que foi criada pelo governo japonês e que é “um ponto de difusão de todos os elementos da genuína cultura japonesa para a comunidade internacional” (conforme é descrito no site do espaço). Porém, após vermos a surpreendente exposição com diversos objetos feitos de bambu e o banheiro com privadas japonesas, percebemos que o local não seria muito útil para o vídeo. Logo, resolvemos gravá-lo na própria Paulista, o que acabou sendo uma das partes mais divertidas do dia.

Após a gravação, fomos ao MAC (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo) a fim de realizar um encerramento do MNM. Após discutirmos os principais pontos da viagem em nossos grupos, todos os alunos de todos os grupos se reuniram para um encerramento geral. Nele, encontramos novamente com o André, o homem que propôs a atividade de percussão no segundo dia, deixando claro que o encontro não foi ao acaso. Além disso, os grupos descreveram o que fizeram neste último dia de viagem e alguns professores falaram um pouco.

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(foto do MAC)

Enfim, fomos à Móbile para pegarmos nossas malas e voltarmos para nossas próprias vidas após essa viagem inesquecível.  

-Rodrigo Nishikawa

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