Avaliação coletiva

Oi gente!

Após finalmente concluirmos nosso mini doc, chegou o momento de refletirmos a respeito de nosso trabalho tanto coletivo quanto individual. A princípio tivemos certas dificuldades para funcionarmos como um grupo, já que não nos conhecíamos direito e, então, não sabíamos como cada um pensava, trabalhava, refletia… Porém, após algum tempo envolvidos no MNM, as habilidades individuais foram se tornando mais explícitas e as relações mais próximas. Com isso, gradativamente, nosso trabalho foi se tornando mais contínuo e, de certa forma, mais prazeroso. Foi a partir de um segundo momento (quase no final) que a gente passou a delimitar melhor como cada um de nós iria contribuir para a produção do mini doc, seja criando o roteiro, seja fazendo entrevistas, seja filmando ou editando. Nesse sentido, conforme o MNM passava, nossa organização e dinâmica como grupo foi melhorando (porém poderia ter sido melhor) e, ao final, conseguimos entregar o mini doc.

-grupo

Autoavaliação da Participação Individual

Em relação a minha participação na realização do mini documentário, eu posso afirmar que ela foi efetiva. Durante o processo eu ajudei com o roteiro, com a captação de imagens, vídeos e informações e com a edição final. Na minha opinião, eu fui prestativa e fiz o que pude para ajudar o grupo. Apesar disso, devo dizer que o grupo sofreu um pouco pelo fato de que a divisão do trabalho não foi bem feita inicialmente e acabou por pesar mais em algumas pessoas que tiveram que arcar com o trabalho nos momentos finais da produção.

– Isabella

Não creio que minha participação, nesse projeto como um todo, atingiu seu potencial máximo, mas isso não significa que ela foi nula ou insignificante. Digo isso porque sei que, em outras situações, eu teria sido capaz de ter feito um trabalho melhor do que eu fiz, porém isso, para esse mini documentário pelo menos, já é algo imutável. Para quebrar com essa imagem de que eu fui absolutamente inútil, devo constar que fui mais relevante na parte anterior ao vídeo, ou seja, nos textos sobre o projeto e nos posts obrigatórios. Ainda assim, auxiliei na edição do vídeo final (os créditos disso ainda são da Ticyane, quem realmente fez a edição toda funcionar), na construção do roteiro e na coleta de informações. Não posso dizer que nenhuma dessas coisas foi feita exclusivamente ou sequer majoritariamente por mim, mas gosto de acreditar que minha participação foi útil.

-Flávia

Enxergo minha participação como significativa. Embora ao longo do processo do trabalho estive mais ausente, acredito que nos momentos cruciais fui de importante ajuda e dedicação, tendo em vista que trabalhei fortemente no roteiro (ainda de maior mérito da Isabella) e na edição própria do mini documentário, preocupada sempre com a qualidade do resultado. Com isso dito, vejo que poderia ter sido mais rigorosa quanto à minha própria organização e envolvimento no tema escolhido, tendo despertado um interesse pelo projeto tardiamente, levando a um desânimo que pode ter prejudicado o grupo, no sentido que, caso estivesse mais comprometida desde o início, certamente teria mais a oferecer para com o trabalho.

– Ticyane

Vejo que minha participação na realização do mini doc não foi a mais, por assim dizer, eficiente. Fiquei mais responsável pela parte das pesquisas externas e, devido a falhas de comunicação, posso dizer que não houve uma boa divisão do trabalho. Participei apenas em parte das coletas empíricas de dados e admito que poderia ter contribuído melhor para a finalização do mini documentário. Apesar de tudo, não creio que minha participação tenha sido nula ou desconsiderável, pois busquei dar foco a um tema abrangente. De forma geral, acredito que poderia ter contribuído mais com o trabalho.

-Rodrigo

Violência contra a criança

Não é novidade que as crianças apanham, seja de seus pais para disciplinar, seja de seus irmãos para se vingar, seja de seus amigos para mostrar que é errado ser diferente. Há casos relatados desde o início do tempo de crianças sendo maltratadas de inúmeros jeitos, dos mais simples, como um tapa na cara por ter roubado um brinquedo, até os mais deturpados, como a prostituição infantil.

Dentro desse âmbito, o Brasil ocupa uma posição preocupante. Segundo dados da Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aproximadamente 129 casos de violência psicológica e física, incluindo a sexual e a negligência contra crianças e adolescentes são denunciados por dia no Brasil (dado de 2016). Isso é equivalente a 5 casos a cada hora, sendo estes somente os casos denunciados. É muito difícil ter uma estimativa de quantos casos desse tipo realmente ocorrem por dia nesse país, além das denúncias.

Não é simples fazer uma estimativa do motivo desse número tão alto, e certamente é impossível relacionar tudo a somente uma causa, mas há algumas que podem ser consideradas. Entre elas podem se destacar:

  • A força do tráfico no país. Não há dúvidas que todos os países têm sistemas de tráfico interno, porém o Brasil é um dos que têm, em sua história, a falta de honestidade e, junto a isso, a corrupção policial. Estes dois aspectos unidos fortalecem os traficantes e perpetuam todo tipo de violência decorrente disso. Além do mais, vale ressaltar que a grande parte dos cafetões que lidam com prostituição infantil também são membros ativos no tráfico de drogas e de pessoas. Seria impossível listar todos os casos que exemplificam a relação polícia-traficantes, mas um exemplo recente que torna isso visível é a Operação Calabar, que visava prender os policiais envolvidos com propina de tráfico. Segue aqui uma notícia que explica melhor essa situação: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/07/10/guerra-as-drogas-e-corrupcao-policial-as-duas-faces-da-mesma-moeda/
  • A força da religião cristã no país. Por mais que a religião em si não pregue tais práticas violentas, é impossível negar que a Igreja Católica, especificamente, é responsável por inúmeros atos violentos, desde massacres a doutrinações forçadas. Por conta também do histórico brasileiro da colonização, que teve como justificativa uma missão de Deus dos portugueses para converter e salvar as almas dos índios, a imagem da Igreja ainda carrega um peso muito forte na população de hoje em dia (o Brasil é o país com o maior número de católicos do mundo, além de que 31% da população mundial é cristã), apesar de esse processo ter se dado com uma violência absurda contra os nativos e contra os escravos negros (os que a Igreja justificava e incentivava o abuso pela declaração de que, por sua cor de pele diferente, eles não tinham alma), poupando nem mulheres nem crianças. Logo, muitos acham correto doutrinar seus filhos ou mesmo outras pessoas à força, para que haja uma hegemonia do que eles consideram ser o certo, ou seja, para que se mantenha a tradicional família cristã brasileira, em que qualquer um que não seja heterossexual, cisgênero, cristão, branco e que obedeça o patriarcado é visto como inferior ou como um adorador do demônio e alguém que necessita ter sua alma salva a partir dessa doutrinação. Isso afeta imensamente toda criança que não pertença a esses padrões e a torna alvo de bullying e repressão, além de perpetuar a homofobia, transfobia e o racismo. Além do mais, casos dentro da Igreja de pedofilia estão muito presentes no dia a dia, basta ver o documentário Spotlight para um insight melhor nesse aspecto.
  • A pobreza da população. Pobreza é ignorância, pois a educação de qualidade se tornou um privilégio para aqueles que conseguem pagar. Só é possível mudar as tradições brutas brasileiras por meio da educação. Logo, como é possível esperar que a violência pare se não há meios para educar o povo para isso? Isso não significa que não há abusos e preconceitos dentro das classes mais altas, muito pelo contrário, mas é dentro dessas classes em que se enxerga uma maior problematização dessas questões e é a partir da problematização que se inicia a mudança.

 

Enquanto a maioria da população ainda for pobre e ser pobre ainda significar não ter uma educação de qualidade, nunca haverá uma mudança efetiva no sistema de abusos e maus tratos. Enquanto o tráfico e as doutrinas cristãs comandarem a vida de inúmeras crianças, a violência nunca cessará.

  • Segue aqui a música, ou mesmo fala, que foi a motivação para esse texto:

Como uma coisa gera a outra
Isso gera um ódio
O moleque com 10 ano, pô
Tomar um tapa na cara
No dia das criança
Eu fico pensando
Quantas morte, quantas tragédia
em família, o governo já não causou
Com a incompetência
Com a falta de humanidade
Quantas pessoas num morrero
De frustração, de desgosto
Longe do pai, longe da mãe
Dentro de cadeia
Por culpa da incompetência desses daí

Fontes: http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2016/06/cada-hora-5-casos-de-violencia-contra-criancas-sao-registrados-no-pais

Revista Guia do Estudante – Atualidades 2017

-Flávia