Reflexões de encerramento do grupo – Individual

 

Oi gente,

Então hoje eu vim contar para vocês um pouco da minha experiência individual no projeto Móbile na Metrópole. Bom, para começar, acho que o principal aprendizado que eu tive é que na verdade nós estamos dentro de uma bolha e o que nós sabemos de fora dela é só o que a mídia trás, o que,  na maioria das vezes, nem se aproxima da verdade. O tema saúde sempre me interessou muito, tanto que, o que eu quero para a minha vida é totalmente ligado a ele (a medicina). Acho que fazer esse projeto foi como ter um gostinho do que eu enfrentarei e de como vai ser minha vida daqui para frente. Não posso dizer que o projeto foi o que eu esperava e nem que ele não foi desgastante, mas posso afirmar que ele me fez amar um pouco mais o que eu escolhi para ser para o resto da minha vida. Isso, porque, muito além de me permitir  conhecer qual é a minha futura realidade na cidade de São Paulo, me permitiu ver de perto o que os médicos passam dentro daqueles postos de saúde. Muitas vezes sem recurso nenhum, fazem o que os pacientes precisam,  o que querendo ou não é a nossa realidade. Foi indescritível…

Além disso, só posso resumir esse projeto em aprendizado sobre todos os aspectos. Em relação a mim, já que tive que lidar com as minhas expectativas, que nem sempre foram atendidas. Em relação aos outros, uma vez que tive que aprender a depender muito do grupo, resolver estresses de trabalho, entender o outro, e realmente trabalhar em conjunto. E em relação à própria realidade,  que é o tema maior do projeto, aprendi que, na verdade, se nós não realmente tentarmos conhecer a nossa cidade, nós nunca saberemos a verdade –  principalmente no tema saúde, que envolve tantas questões como governo, dinheiro, médicos, entre outras, e que muitas vezes a mídia não consegue passar de uma maneira neutra e/ou  verdadeira. Tive que realmente aprender a lidar com a noção de que vivemos na chamada era pós verdade.

Enfim, eu poderia falar horas desse projeto mas espero ter conseguido dar uma ideia do que ele significou para mim…

-Isabella Lourenço

Oi galera, minha vez de contar como foi a experiência do MNM. Partindo do início, o projeto me assustava bastante, especialmente porque eu não tinha ideia de quem seria meu grupo, sendo a aluna nova e tudo mais. Depois que isso foi resolvido, a próxima questão era o tema. Admito que o que decidimos não me agradou muito, mas também não tinha outra ideia e deixei por isso mesmo. Refletindo agora, esse é o meu melhor conselho para todos os grupos dos anos que vêm por aí: tenham a mais absoluta confiança de que vocês são capazes de trabalhar com o que escolheram (na medida do possível, claro).

Com isso dito, aprender um pouco mais sobre a situação da saúde pública infantil foi certamente adicional para um entendimento da cidade em que vivemos, além de ter uma lição sobre a importância de se ouvir todos os lados de uma história.

Passando para o momento do MNM de menos estresse, a viagem. Definitivamente a minha memória preferida de todo o projeto, excedeu minhas expectativas em níveis inesperados, realmente fiz amizades novas (o que eu ouvi de pessoas que já tinham ido mas não esperava que ia acontecer), me ajudou a conhecer partes de São Paulo que tinha muito interesse mas nunca mexi as pernas para ir. A paixão pela cultura da cidade que eu já exagerava sobre, cresceu ainda mais em mim e só posso ficar feliz com tudo que essa viagem me fez ver, pensar e sentir.

Não posso dizer que espero nunca mais ter que fazer um projeto como esses de novo, até porque sei que são inevitáveis em qualquer vida acadêmica; na verdade, digo, um pouco hesitante, que estou animada para o próximo e espero que seja ainda mais desafiador que o MNM. Era para preparar a gente melhor, não era? Veremos.

– Ticy

Oi gente, tudo bem?

Hoje falarei um pouco sobre como foi minha experiência individual no MNM.

Primeiramente, devo admitir que não me envolvi tanto no projeto quanto deveria ou, até mesmo,  conseguiria. Nesse sentido, sinto que, com um maior engajamento, eu poderia ter mais a relatar. Mesmo assim, se tivesse que resumir minha passagem por esse trabalho tão desgastante em uma palavra, escolheria experiência. Pela primeira vez na minha vida tive que aprender a lidar com um grupo desconhecido por um ano inteiro. Passei a depender não apenas de meu trabalho, mas também do esforço e da disposição dos outros para realizar as atividades – umas das principais dificuldades de um projeto coletivo. Ademais, tive de lidar com ideias que iam contra as minhas, com desentendimentos e com divergências. Passei a aceitar a decisão do grupo para não evitar tantos conflitos.

Além disso, tive que me organizar melhor em relação aos prazos. As demandas do MNM se chocavam com problemas pessoais e com as exigências escolares – alguns trabalhos eram pedidos bem no meio da semana de provas ou mesmo no dia do Enem… O grupo (e nisso, eu ,obviamente, me incluo) não conseguiu lidar tão bem com isso. Quase sempre guiados pelos prazos, evitávamos fazer tudo com muita antecedência, o que gerou mais estresse e mais desgaste, especialmente na reta final. Em relação ao tema do MNM deste ano (“Realidade?”), pude de aprofundar um pouco melhor meu vago conhecimento a respeito da saúde pública de maneira geral (mesmo considerando que nosso foco eram as crianças atendidas pelo sistema do governo). Percebi a deficiência, já declarada pela mídia, mas também consegui ver que nem todos os lugares são tão ruins quanto parecem – a exemplo o hospital infantil que visitamos. Notei que imprensa não consegue abordar todos os mais variados aspectos relacionados à saúde.

Por fim, com o MNM, especialmente com o estudo do meio, pude conhecer lugares da cidade dos quais, provavelmente, nunca iria chegar perto. A partir disso, notei que devemos ficar mais atentos ao que ocorre ao nosso redor, já que há várias diferentes realidades, experiências, dentro de nossa cidade, que ainda é relativamente desconhecida para mim. É devido a tudo isso que resumiria minha passagem pelo MNM, positiva ou negativamente, como uma nova experiência – tive de aprender a lidar com um grupo diferente, a me organizar com os prazos, mas também conheci novos lugares e passei a ver com outros olhos a cidade em que eu moro.

-Rodrigo

O final das coisas é sempre algo ambíguo com inclinações que tendem a mudar ao longo do tempo, afinal, nós mesmos mudamos e, junto disso, mudamos nossa perspectiva sobre tudo.

Acredito que quem leu os meus posts anteriores deve estar com a impressão de que tudo que eu senti com o final do projeto foi alívio. No entanto, e, para minha própria surpresa, não foi isso o que ocorreu.

Não sei se por ter sido o início do final da minha vida mobiliana ou se por ter sido o final de um projeto com tamanhas proporções que eu me emocionei. Acho que a primeira razão predomina e utiliza a segunda como válvula de escape. A questão é: houve uma diferença. Importou.

Agora, ao fim, sou capaz de perceber a riqueza desse projeto; perceber tudo que ele tem a oferecer, quantas oportunidades podem ser aproveitadas, quantas coisas diferentes podem ser vivenciadas. Vendo isso, me arrependo do modo como levei o Móbile na Metrópole ao longo do ano. Me arrependo de não ter estado mais disposta, mas sei que tive meus motivos.

Esse final, como um típico final, me trouxe, junto ao alívio, uma sensação de vazio doloroso e, ao mesmo tempo, um conforto. O conjunto poderia ser descrito como uma plenitude da mente e do corpo.

– Flávia